Oferta Pública Inicial: Entenda as vantagens e desvantagens de se comprar ações no começo

Entenda o que é e como funciona uma IPO

Existem milhares de empresas que negociam suas ações nas bolsas de valores do mundo, como a NASDAQ e a nossa B3. Essas empresas vão desde leviatãs, como a Microsoft e Apple, até as empresas menores e que, às vezes, passam despercebidas por acionistas, com capitalizações de mercado inferiores ao preço de um carro. Cada uma dessas empresas teve que começar em algum lugar em algum momento. Cada uma delas passou a operar com as IPO, Oferta Pública Iniciai (Initial Public Offering), passando de empresas privadas para empresas públicas, atraindo investidores e levantando capital.

Uma oferta pública inicial (IPO) é quando uma empresa privada se torna pública vendendo suas ações em uma bolsa de valores e, aqueles que tem interesse, podem começar a comprar “um pedaço” dessa empresa. As empresas privadas trabalham com bancos de investimento para trazer suas ações ao público, o que exige uma enorme quantidade de due diligence, marketing e requisitos regulatórios.

A compra de ações em uma IPO é difícil, pois a primeira oferta geralmente é reservada para grandes investidores, como fundos de hedge e bancos. Investidores comuns podem comprar ações de uma empresa recém-criada em IPO rapidamente após o IPO. Vamos falar um pouco sobre as Ofertas Iniciais e se vale a pena comprar ações nesse momento. Se você tiver dúvidas ou opiniões sobre o assunto, deixe aí nos comentários.

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Saiba o que é uma Oferta Pública Inicial

Como funciona uma Oferta Pública Inicial (IPO)

IPO é uma das poucas siglas de mercado que quase todo mundo conhece. Antes de um IPO, uma empresa é de propriedade privada; geralmente por seus fundadores e talvez os membros da família que investiram dinheiro para o negócio começar a funcionar. Em alguns casos, alguns funcionários de longa data podem ter algum patrimônio na empresa, supondo que ela já exista há décadas.

Os fundadores dão aos credores e funcionários uma parte da ação em vez de dinheiro. Por quê? Porque os fundadores sabem que se a empresa vacilar, doar parte da empresa não lhes custará nada. Se a empresa for bem-sucedida e, eventualmente, abrir o capital, teoricamente todos deveriam ganhar. Uma ação que não valia nada no dia anterior ao IPO agora terá valor.

No entanto, como suas ações não são negociadas em um mercado aberto, as participações desses proprietários privados na empresa são difíceis de avaliar. Pegue uma empresa estabelecida, como a IBM, por exemplo, qualquer um que possua uma ação sabe exatamente o que ela vale com uma rápida olhada nas páginas financeiras.

Precificando ações durante a Oferta Pública Inicial

O valor de uma empresa privada é em grande parte uma suposição, dependendo de sua renda, ativos, receita, crescimento, etc. Embora esses sejam certamente os mesmos critérios usados para avaliar uma empresa pública, uma empresa prestes a realizar seu IPO não tem nenhum feedback na forma de um comprador disposto a comprar imediatamente suas ações a um determinado preço. O valor das ações reflete uma média do quanto as pessoas estão dispostas a pagar por elas somado ao valor percebido dos proprietários.

Dizer que as ações da sua empresa valem milhares de reais pode até ser verdade para você, mas se ninguém vai pagar isso, então, não adianta precificá-la assim. Não é só você que tem que ver o valor da empresa, mas os acionistas e especuladores e toda a cadeia de pessoas em um mercado de ação tem que compartilhar dessa sua visão.

Uma IPO é uma forma de financiamento de capital, onde uma porcentagem de propriedade de uma empresa é cedida pelos fundadores em troca de dinheiro. É o oposto do financiamento da dívida.

O processo de IPO funciona com uma empresa privada entrando em contato com um banco de investimento que facilitará o IPO. O banco de investimento avalia a empresa por meio de análise financeira, apresenta uma avaliação, o preço das ações, uma data para o IPO e uma quantidade enorme de outras informações.

Uma empresa que planeja um IPO deve se registrar nas bolsas e em outros órgãos de regulamentação para garantir que atenda a todos os critérios. Concluídos todos os processos necessários, a empresa será listada em bolsa e suas ações estarão disponíveis para compra e venda. Essa é uma das principais formas de uma empresa levantar capital para financiar seu crescimento.

Anonimato vs. Fama

A grande maioria das empresas listadas na B3 ou Nasdaq tem negociado no anonimato desde o primeiro dia. Poucas pessoas estão preocupadas com todas as empresas listadas em uma bolsa, especialmente aquelas que não causam impacto ou controlam uma quantidade significativa de participação de mercado.

Quando a maioria das empresas oferece ações ao público, inicialmente as notícias mal chegam a qualquer pessoa fora do setor de valores mobiliários; no entanto, quando um Meta altamente divulgado – anteriormente Facebook – ou Google entra na sala, a maioria das pessoas percebe. O começo do Nubank (uma das fintechs mais rentáveis do país) na Bolsa foi divulgado nas principais páginas de notícias da internet.

Isso porque essas empresas operam no varejo ou equivalente. Eles são onipresentes. Não há centenas de milhões de pessoas acessando suas contas da Cisco para postar fotos várias vezes ao dia, e ninguém faz um filme de Hollywood sobre pessoas e empresas que a maioria da população não está interessada.

A fama pode ser um atributo positivo, pois requer pouco marketing para chamar a atenção de investidores para o IPO e, na maioria das vezes, resultará em alta demanda pelas ações. A fama também vem com muito mais pressão, pois investidores, analistas e órgãos governamentais examinam cada movimento da empresa popular e vão querer o retorno de seus investimentos, muitas vezes obrigando as empresas a correr com seus produtos para o mercado para atender o interesse dos acionistas.

Coisas a saber antes de entrar em uma IPO

Antes de entrar em uma disputa por ações na IPO é importante ter algumas coisas em mente

  • Tenha uma visão geral e ampla do setor de atuação dessa empresa e as previsões de médio prazo para ela. Leve em consideração fatores como a dependência do crescimento da economia do país e do mercado internacional, a cadeia de suprimentos e fornecedores, o posicionamento dela no segmento de atuação em relação aos concorrentes e até mesmo o que andam falando dela em notíciais e em redes sociais;
  • Veja os diferenciais da empresa, seus pontos fortes e fracos, os riscos do setor de atuação e do negócio em si. Tudo de forma bem ampla. Não é só porque você ama a empresa, seu produto ou ela patrocina o time de futebol do seu coração que ela é segura para se investir. Veja além das suas preferências e gostos;
  • Avalie a competitividade da empresa e como ela está se saindo em relação as outras do setor e do segmento. Se você tiver capital o bastante para apostar em um azarão, tudo bem. Se não, é melhor pensar um pouco mais antes de investir;
  • Leve em conta o grau de automação e sua participação no mundo digital. Entenda bem o grau de dependência de outras companhias que a empresa tem para continuar competitiva neste novo cenário do mercado (um exemplo são as fintechs que, sem as companhias de internet, simplesmente não existem);

Você pode e deve comprar?

Então, por que todo investidor, independentemente de sua experiência, não compra IPOs no momento em que estão disponíveis? Existem várias razões.

A primeira razão é baseada na praticidade, já que os IPOs não são tão fáceis de comprar. A maioria das pessoas não tem contas de corretagem, leva tempo e dinheiro para abrir uma, e mesmo se você chegar tão longe, fazer uma ordem de “comprar ações X recém-emitidas” é mais difícil do que parece.

A empresa que está prestes a abrir o capital vende suas ações por meio de um subscritor; um banco de investimento encarregado do processo de colocar essas ações nas mãos dos investidores. Os subscritores dão a primeira opção a instituições, grandes bancos e empresas de serviços financeiros que podem oferecer as ações aos seus clientes mais proeminentes.

Se você investir em um fundo negociado em bolsa ou em um fundo mútuo, eles podem comprar as ações de um IPO, o que é uma maneira mais fácil de você ganhar exposição ao IPO. Quando uma ação se torna pública, os membros da empresa que possuíam as ações em primeiro lugar podem estar sujeitos a um acordo de bloqueio que os impede de vender suas ações por um período fixo (geralmente 180 dias). Até então, os insiders são ricos apenas no papel.

No momento em que podem vender, geralmente vendem – tudo de uma vez. Isso, é claro, deprime o preço das ações. É nesse ponto, com um excesso de ações entrando no mercado, que os investidores comuns costumam ter sua primeira chance no que agora é um IPO bem no seu começo.

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Comprar ações em uma IPO não é fácil

Entrar em uma IPO para tentar comprar as ações, principalmente das grandes, não são para aqueles de coração fraco ou investidores inexperientes; São para aqueles que tem muito capital e do tipo que investe a longo prazo, não se deixa influenciar por notícias bajuladoras e se preocupa mais com os fundamentos de uma ação do que com sua imagem pública.

Para o investidor comum, comprar diretamente em um IPO é um processo difícil, mas logo após um IPO, as ações de uma empresa são liberadas para o público em geral comprar e vender. Se você acredita em uma empresa depois de sua pesquisa, pode ser benéfico entrar em uma IPO e investir em alguém que está em crescimento quando as ações são novas.

Agora, deixe nos comentários se você ficou com alguma dúvida sobre as IPO. Tem alguma nova informação sobre o assunto a compartilhar? Fale conosco nos comentários e diga oque achou dessa matéria e aproveite para ler mais matérias no nosso site.

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