O que foi a Organização Autônoma Descentralizada (DAO)?

Em uma das notícias do site, falamos sobre uma DAO que vende NFTs em formas de ovos e permite aos compradores tuitarem em sua conta no Twitter. Essa história pode ter despertado sua curiosidade sobre o que é e como funciona uma Organização Autônoma Descentralizada, certo? Bom, a minha certamente sim. Uma das principais características das moedas digitais é que elas são descentralizadas. Isso significa que eles não são controlados por uma única instituição como um governo ou banco central, mas são divididos entre uma variedade de computadores, redes e nós.

Em muitos casos, as moedas virtuais fazem uso desse status descentralizado para atingir níveis de privacidade e segurança que normalmente não estão disponíveis para moedas padrão e suas transações. Inspirado pela descentralização das criptomoedas, um grupo de desenvolvedores teve a ideia de uma organização autônoma descentralizada, ou DAO.

A primeira DAO foi uma organização criada por desenvolvedores para automatizar decisões e facilitar transações de criptomoedas e foi criada em 2016. Devido a erros de programação e vetores de ataque, hackers atacaram a DAO, acessando 3,6 milhões de ETH e, por causa disso, as moedas digitais de câmbio retiraram o token DAO da lista em setembro de 2016.

De lá para cá, as DAO começaram a se organizar e mudar um pouco as suas estratégias, tornando-se relevantes no espaço da criptografia de ativos financeiros. Vamos explicar o que são as DAO e como elas funcionam. Se ficar com dúvidas, deixe aí nos comentários.

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Entendendo a Organização Autônoma Descentralizada (DAO)

O DAO era uma organização projetada para ser automatizada e descentralizada. Atuava como uma forma de fundo de capital de risco, baseado em código-fonte aberto e sem uma estrutura típica de gestão ou conselho de administração. Para ser descentralizado, a Organização Autônoma Descentralizada não era afiliada a nenhum estado-nação em particular, embora fizesse uso da rede ethereum.

Por que fazer uma organização como a DAO? Os desenvolvedores da DAO acreditavam que poderiam eliminar o erro humano ou a manipulação de fundos de investidores, colocando o poder de decisão nas mãos de um sistema automatizado e um processo de crowdsourcing. Alimentado por ether, a DAO foi projetada para permitir que os investidores enviem dinheiro de qualquer lugar do mundo anonimamente. A DAO forneceria tokens a esses proprietários, permitindo-lhes direitos de voto em possíveis projetos.

A DAO foi lançada no final de abril de 2016 graças a um mês de crowdsale de tokens que arrecadou mais de US$ 150 milhões em fundos. Na época, o lançamento foi a maior campanha de crowdfunding de todos os tempos. A popular moeda digital Dash é um exemplo de organização autônoma descentralizada devido à maneira como é governada e à maneira como seu sistema de orçamento é estruturado. Pode ser apenas uma questão de tempo até que DAOs adicionais entrem em campo.

O que faz um DAO?

Cada Organização Autônoma Descentralizada tem uma missão diferente, seja de propósito único ou parte de um projeto maior, e pode ser associado a qualquer número de indústrias. Alguns deles são baseados em interesses pessoais, como o ConstitutionDAO, que se uniu na esperança de comprar uma das cópias originais da Constituição dos EUA da Sotheby’s no ano passado. O grupo acabou descobrindo que não era o licitante mais alto e acabou perdendo o leilão, mas os membros conseguiram receber um reembolso de seu investimento inicial.

Outros têm objetivos maiores que envolvem essencialmente operar ou administrar um negócio como um grupo. Um exemplo é o Mantra DAO, que é uma plataforma de finanças descentralizada governada pela comunidade que permite que as pessoas apostem, emprestem e tomem emprestado seus ativos criptográficos. E outras, como a TwitterDAO, vende seus NFTs e dá a chance aos participantes a chance de fazer um tuíte por dia em sua conta oficial, como mencionado na reportagem.

O que torna as DAO diferentes?

As transações e regras financeiras de uma Organização Autônoma Descentralizada são registradas na blockchain (entenda o que é a blockchain). Isso elimina a necessidade de envolver um terceiro em uma transação financeira, simplificando essas transações por meio de contratos inteligentes (Então saiba o que são os contratos inteligentes). A firmeza de uma DAO é um contrato inteligente. O contrato inteligente representa as regras da organização e mantém o armazenamento da organização.

Ninguém pode editar as regras sem que as pessoas percebam, porque as DAOs são transparentes e públicas. Até hoje estamos acostumados a empresas amparadas por um estatuto jurídico e uma DAO pode funcionar perfeitamente sem ele, pois pode ser estruturado como uma sociedade em nome coletivo.

Em comparação com as empresas tradicionais, as DAOs têm uma organização democratizada. Todos os membros de uma Organização Autônoma Descentralizada precisam votar para que quaisquer mudanças sejam implementadas, em vez de mudanças implementadas por uma única parte (dependendo da estrutura da empresa). O financiamento de DAOs é baseado principalmente em crowdfunding que emite tokens.

A governança das DAOs é baseada na comunidade, enquanto a governança das empresas tradicionais é baseada principalmente em executivos, Conselho de Administração, investidores ativistas. etc. As operações dos DAOs são totalmente transparentes e globais, enquanto as operações das empresas tradicionais são privadas, só a organização sabe o que está acontecendo e nem sempre essas decisões são tornadas públicas para todos que tem uma participação nela.

Como a DAO funciona?

As DAOs precisam dos seguintes elementos para funcionarem corretamente: Um conjunto de regras pela quais operará, um financiamento como tokens que a organização pode gastar para recompensar determinadas atividades a seus membros (criptomoedas ou NFTs) e também fornecer direitos de voto para estabelecer as regras de operação. Além disso, e mais importante, é uma estrutura bem e segura que permite que cada investidor manipule e exerça suas funções na organização.

Um problema em potencial com o sistema de votação é que, mesmo que uma falha de segurança tenha sido detectada em seu código inicial, ela não pode ser corrigida até que a maioria dos participantes vote nela. Enquanto o processo de votação ocorre, os hackers podem fazer uso de uma brecha no código (como aconteceu em 2016).

Críticas ao DAO

Em maio de 2016, a Organização Autônoma Descentralizada detinha uma grande porcentagem de todos os tokens ether que haviam sido emitidos até aquele ponto (até 14%, de acordo com reportagem do The Economist). Mais ou menos na mesma época, no entanto, foi publicado um artigo que abordava várias vulnerabilidades de segurança em potencial, alertando os investidores para que não votassem em futuros projetos de investimento até que essas questões fossem resolvidas.

Mais tarde, em junho de 2016, hackers atacaram a Organização Autônoma Descentralizada com base nessas vulnerabilidades. Os hackers obtiveram acesso a 3,6 milhões de ETH, no valor de cerca de US$ 50 milhões na época. Isso gerou uma discussão massiva e acalorada entre os investidores da DAO, com alguns indivíduos sugerindo várias maneiras de abordar o hack e outros pedindo que a DAO fosse permanentemente dissolvida. Este incidente também apareceu com destaque no hard forking (aquilo que ocorre quando uma blockchain se divide em dois caminhos distintos que coexistem de modo paralelo) do ethereum que foi criado logo depois.

De acordo com o IEEE Spectrum, a DAO era vulnerável a erros de programação e vetores de ataque. O fato de a organização traçar um novo território em termos de regulamentação e direito societário provavelmente não facilitou o processo. As ramificações da estrutura da organização eram potencialmente numerosas: os investidores estavam preocupados com a possibilidade de serem responsabilizados por ações tomadas pela Organização Autônoma Descentralizada como uma organização mais ampla.

O DAO operava em território obscuro sobre se estava ou não vendendo títulos também. Além disso, havia questões de longa data sobre a maneira como a Organização Autônoma Descentralizada funcionaria no mundo real. Investidores e contratados precisavam converter ETH em moedas fiduciárias, e isso poderia ter impactado o valor do ether.

Após a discussão controversa sobre o futuro da Organização Autônoma Descentralizada e o enorme incidente de hackers no início de setembro de 2016, várias exchanges de moedas digitais proeminentes retiraram o token DAO da lista, marcando o fim efetivo do DAO como foi inicialmente previsto.

Em julho de 2017, a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) emitiu um relatório, que determinou que a Organização Autônoma Descentralizada vendeu títulos na forma de tokens na blockchain ethereum, violando partes da lei de valores mobiliários dos EUA.

Futuro do DAO

O que o futuro reserva para as DAO? A Organização Autônoma Descentralizada como originalmente previsto não havia retornado em meados de 2020. No entanto, o interesse em organizações autônomas descentralizadas como um grupo mais amplo continua a crescer. Em 2021, a The Maker Foundation, um grande grupo dentro do mundo das criptomoedas, anunciou que estava oficialmente transferindo as operações para o MakerDAO (criador da stablecoin DAI) e se dissolveria até o final daquele ano.

Embora existam muitas preocupações persistentes e possíveis problemas relacionados à legalidade, segurança e estrutura, alguns analistas e investidores acreditam que esse tipo de organização ganhará destaque, talvez até substituindo negócios estruturados tradicionalmente.

FAQ Rápido

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