Novo aumento da Selic faz taxa ultrapassar os 10% pela primeira vez em 5 anos

Banco Central sobe juros pela 8ª vez, para 10,75%, e Selic ultrapassa 10% após 5 anos

O novo aumento da Selic é oficial. O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decidiu por unanimidade que a taxa básica de juros da economia (Selic) deverá subir em 1,5 ponto percentual. A taxa vai de 9,25% para 10,75% ao ano atingindo o maior valor desde maio de 2017 ( quando chegou a 11,25%).

Essa é a primeira vez que a Selic fica acima dos 10% em cinco anos, mas, isso já era esperado pelos economistas. Esse ciclo de altas nos juros (8,75 pontos percentuais em oito reuniões do comitê) é o maior desde março de 1999, época em que o país passava por uma crise cambial e o Banco Central aumentou a Selic em 20%. Indo dee 25% para 45% ao ano.

A justificativa dada pelo Comitê se baseia no “ambiente menos favorável” do cenário externo, incluindo uma nova onda de covid-19 (causada pela variante Omicrôn, que é mais contagiosa que o Covid-19) e a persistência da inflação.

Novo aumento da selic | rico com bacon | gráfico
Taxa Selic chega ao maior patamar desde 2021

Novo aumento da Selic faz taxa ser a maior desde 2017

Apesar dos indicadores do quarto trimestre que mostraram uma evolução um pouco mais favoravel, especialmente no mercado de trabalho, o Copom ainda teve uma “surpresa negativa” com a inflação ao consumidor.

Em relação aos seus próximos passos, o Comitê antevê como mais adequada, neste momento, a redução do ritmo de ajuste da taxa básica de juros. Essa sinalização reflete o estágio do ciclo de aperto, cujos efeitos cumulativos se manifestarão ao longo do horizonte relevante.”

O comitê do Banco Central ainda antevê que os próximos passos da política monetária “poderão ser ajustados para assegurar a convergência da inflação para suas metas” e depende de como a economia no Brasil se comportará ao longo dos próximos 45 dias até a próxima reunião, levando em conta os riscos.

Esta foi a oitava alta seguida e foi a oitava reunião consecutiva em que o Comitê decidiu pela alta da Selic. Antes dessa reunião, os juros ficaram sete meses (agosto de 2020 a março de 2021) no patamar mínimo histórico (de 2% ao ano), mesmo com todos os problemas e preocupações sobre os efeitos da pandemia do covid-19 no país e no mundo. Quatro reuniões do Copom terminaram sem alterações na taxa Selic, até que o primeiro aumento foi anunciado em março de 2021, e subiu de 2° para 2,75%.

Depois, vieram mais dois reajustes de 0,75% e o primeiro aumento em maio que foi para 3,50% ao ano, e o segundo em junho que subiu para 4,25% ao ano. Em agosto de 2021, a Selic aumento para 5,25% e, em setembro, para 6,25% ao ano, mais dois aumentos seguidos de 1%. As duas últimas altas vieram em outubro (para 7,75% ao ano) e em dezembro (para 9,25%), ambas de 1,5%.

Veja os aumentos que aconteceram na Selic nas reuniões do Copom:

02 de fevereiro de 202210,75% ao ano
08 de dezembro de 20219,25% ao ano
27 de outubro de 20217,75% ao ano
22 de setembro de 20216,25% ao ano
4 de agosto de 20215,25% ao ano
16 de junho de 20214,25% ao ano
5 de maio de 20213,5% ao ano
17 de março de 20212,75% ao ano
20 de janeiro de 20212% ao ano
9 de dezembro de 20202% ao ano

A Selic ainda pode subir?

Ainda há perspectiva de que novos aumentos na Taxa Selic de acordo com o comportamento dos próximos meses. De acordo com os comunicados anteriores do BC, os efeitos dos reajustes de 1% ainda não foram sentidos, mas, dependendo de como isso acontecer, o colegiado “antevê como mais adequada, neste momento, a redução do ritmo de ajuste da taxa básica de juros”. Alguns especialistas apontavam que a taxa poderia chegar até um pico de 12%, mas, já vem aumentando esse limite aos poucos.

O ritmo de altas sequenciais de 1,5 ponto é uma velocidade muito alta”, diz João Beck, economista e sócio da BRA ao site Valor Investimento. “E essa aceleração aconteceu depois da mudança da regra de teto de gastos. Com o alívio das contas públicas, melhora nos reservatórios, desaceleração da atividade e valorização do real, é esperado pelo menos uma velocidade menor de alta nas próximas reuniões independente da mudança ou manutenção da taxa terminal.”

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