Entenda o que é como funcionará o Drex: A Moeda Virtual do Brasil

O Banco Central do Brasil (BCB) revelou o nome oficial de sua moeda digital do banco central em um anúncio recente. O DREX, que significa Digital Real Electronic Transaction, conforme revelado durante transmissão ao vivo no canal do banco no YouTube.

Fábio Araújo, coordenador do real digital, e Aristides Cavalcante, vice-chefe do departamento de tecnologia e informação do Banco Central, fizeram o anúncio em uma live no Youtube no canal oficial do BC.

Mas, o que é exatamente o DREX e como ele irá influenciar na vida do povo brasileiro? Ele mudará algo no Pix? Ela será hospedada em uma blockchain?

Ele vai substituir o Real? Será uma criptomoeda e ficará sujeita as flutuações comuns das criptomoedas, como o bitcoin, que já estão por aí no mercado? Vamos falar sobre como Drex e, se ficar com dúvidas, é só deixar aí nos comentários.

Entendendo o DREX

Explicando o significado do nome, Araújo afirmou: “DREX combina vários elementos de inovação: o D de digital, R de real, E de eletrônico e X de transação, dando um passo adiante nesta família de Pix que criamos e que foi um sucesso.” O Pix, como conhecemos, é uma plataforma exclusivamente brasileira criada durante o governo do ex-presidente Michael Temer que permite transferências eletrônicas instantâneas e gratuitas de fundos utilizando códigos QR e identificações fáceis de usar, como números de telefone e endereços de e-mail, em vez dos números de contas tradicionais.

Acompanhando a revelação do nome, o Banco Central também revelou a nova marca visual da DREX. A marca apresenta duas setas inclinadas para o ‘D’, simbolizando a transição da moeda real para o mundo digital. O esquema de cores, que muda do azul para o verde claro, foi projetado para transmitir a mensagem de uma transação concluída.

A iniciativa do real digital envolverá entidades autorizadas a cunhar o DREX, que será registrado por meio de tecnologia de registro distribuído, semelhante ao blockchain. Posteriormente, a DREX facilitará operações como a compra e venda de títulos do tesouro público, garantindo transações rápidas apoiadas pela infraestrutura Web3 para criação, registro e queima de tokens.

É importante ressaltar que apenas instituições financeiras autorizadas irão movimentar o real tokenizado, que representa o real digital. Esta abordagem visa garantir a segurança e a conformidade regulatória.

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Araújo enfatizou o impacto prático da DREX no dia a dia dos brasileiros, principalmente na expansão da acessibilidade aos serviços financeiros. Ele afirmou: “Com o real digital, as pessoas podem fazer empréstimos com mais facilidade ou ter opções de investimento mais acessíveis ou seguros mais fáceis… queremos levar esses produtos financeiros para as mãos das pessoas e aumentar a atividade bancária no Brasil”.

O piloto do real digital, com conclusão prevista para março próximo, está em testes para diversos casos de uso. Estes incluem o potencial para que benefícios governamentais como o Bolsa Família sejam pagos através do real digital, promovendo a digitalização financeira e a inclusão social.

O senador Carlos Portinho também destacou o potencial do real digital para permitir que municípios e entidades estaduais mantenham carteiras de criptomoedas. Ele observou: “O real digital será uma realidade e sustentará o mercado de criptomoedas. Permitirá que municípios, estados e poderes públicos tenham suas carteiras digitais, o que ganhará escala e atrairá investidores.” Portinho acredita que a tecnologia blockchain aumentará a transparência e a fiscalização da alocação de recursos públicos.

No entanto, surgiram preocupações em relação às capacidades do CBDC, à medida que os desenvolvedores descobriram funções problemáticas no seu contrato inteligente. O Banco Central defendeu estas funções, afirmando que estão alinhadas com a legislação existente e são necessárias para garantir a compatibilidade com o sistema financeiro atual.

O desenvolvimento do DREX do Brasil representa um passo significativo em direção à digitalização do cenário financeiro do país, com implicações potenciais para vários setores da economia.

O que dizem os especialistas?

Para simplificar o que é o Drex, os especialistas do mercado financeiro, Rafael Izidoro, CEO e fundador da fintech de crédito com garantia em criptomoedas Rispar, e Ingrid Barth, co-fundadora e COO do banco para empresas Linker, explicam em 4 passos como a moeda digital vai funcionar.

1 – O que é o Drex?

É o nome da futura moeda digital do Banco Central do Brasil e vai ter o mesmo valor que o real físico, mas como é uma moeda digital vai permitir operações por meio de carteiras digitais.. “É o primeiro projeto do BC a utilizar tecnologias que foram desenvolvidas para as criptomoedas. A moeda digital mantém a paridade com o real, seguindo a relação de 1 para 1. Isso a diferencia das criptomoedas tradicionais, que são descentralizadas e cujo valor pode flutuar significativamente”, comenta Rafael Izidoro, CEO e fundador da Rispar.

2 – Qual o impacto do Drex para os negócios?

Uma característica distintiva do Drex em comparação com o real tradicional é a entidade que o garante. Enquanto depósitos convencionais são protegidos por instituições bancárias individuais, o Drex é garantido diretamente pelo Banco Central do Brasil. “Algumas vantagens acompanham a chegada do Drex, como a agilidade nas operações, a quebra de barreiras globais para a utilização e movimentação da moeda, a infraestrutura e a segurança que evita fraudes e a redução de custos associados a movimentações financeiras”, explica Ingrid Barth, co-fundadora e COO do Linker.

3 – Quais cuidados devem ser tomados?

Qualquer adaptação a novas tecnologias, especialmente no setor financeiro, requer planejamento estratégico, o ideal é que os empreendedores estudem como a nova moeda pode impactar a operação do negócio. “Com a introdução do Drex, espera-se que as maiores adaptações sejam realizadas pelas instituições financeiras. Por outro lado, as empresas devem garantir que seus sistemas sejam compatíveis com o Drex e que estejam seguros contra possíveis ameaças cibernéticas. Além disso, é importante manter-se atualizado sobre as regulamentações e diretrizes do Banco Central em relação à moeda digital”, explica Rafael Izidoro.

4 – Como as empresas devem se preparar para a chegada do Drex?

Com a nova previsão de introdução da fase inicial do Drex para maio de 2024, anunciada pelo coordenador do projeto no Banco Central, e testes com a população realizados na virada de 2024 para 2025, esse é um momento crucial para o mercado se familiarizar com a proposta. “Tanto as empresas quanto a população vão poder entender melhor como vai funcionar o Drex, para estarem preparadas para o momento certo”, comenta Ingrid Barth.

Como ele Modifica o Pix?

Uma das diretrizes para o desenvolvimento do Real brasileiro em formato digital é a sua interoperabilidade com os meios de pagamento atualmente disponíveis à população. Com isso todas as formas atuais de utilização também deverão estar disponíveis para o Real Digital Brasileiro, além dos novos usos possíveis baseados na programabilidade.

Assim, poderá efetuar pagamentos nas lojas, através do seu prestador de serviços de pagamento – banco, PSP ou outra instituição que venha a ser autorizada pelo BCP para o fazer – ou ainda através do Pix. Você também poderá transferir Reais Digitais para outras pessoas, transformar seus Reais Digitais que estarão sob custódia de um banco em um depósito bancário convencional, sacar seus Reais Digitais para o formato físico, pagar contas e impostos. Ou seja, você poderá movimentar seus Reais Digitais da mesma forma que movimentaria seus recursos atualmente depositados em bancos

FAQ Rápido

Será Possível fazer um PIX com o Real Digital?

Sim, com o DREX você poderá efetuar pagamentos nas lojas, através do seu prestador de serviços de pagamento – banco, PSP ou outra instituição que venha a ser autorizada pelo BCP para o fazer – ou ainda através do Pix. 

Haverá impacto na emissão do Real em papel?

​A emissão de papel-moeda se deve a diferentes necessidades e hábitos da população. A versão inicial do Real Digital Brasileiro será uma opção adicional ao uso de cédulas, mas – por se concentrar no uso online – seu impacto na demanda por papel-moeda não deve ser relevante a princípio.

O DREX será mais seguro que o Real?

​Uma diretriz estabelecida para o Real Digital Brasileiro é que ele deve manter os elevados níveis de segurança e privacidade atualmente disponíveis nas operações realizadas no sistema bancário e de pagamentos.

Posso converter DREX em Reais de papel-moeda?

​O uso do Real Brasileiro Digital será transparente, portanto deverá ser conversível em qualquer outra forma de pagamento atualmente disponível – como depósito bancário convencional ou real brasileiro físico – e também poderá ser usado para pagamentos do dia a dia.

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