Por que as criptomoedas têm valor? Elas atentem os 6 atributos de valorização? Descubra aqui

Já parou para pensar que o dinheiro nada mais é do que um pedaço de papel e que é valioso só porque alguém lhe disse que é? Um tipo de “fé” no dinheiro? Ele é emitido por uma autoridade monetária e é amplamente utilizado em uma economia, além de ser reconhecido por governos e leis vigentes nos países e isso o torna “dinheiro”, mas e no caso de uma moeda virtual? As criptomoedas têm valor se elas não segue esse mesmo “caminho” do dinheiro em papel? Como isso funciona?

Bitcoin e outras criptomoedas são, muitas vezes, referidos como “moedas digitais” e visto por alguns como uma alternativa ao dinheiro fiduciário controlado pelos bancos e casas da moeda. Mas a rede da blockchain é descentralizada e as criptomoedas não são muito usadas em transações de varejo. Vamos falar um pouco sobre essa questão do valor das moedas digitais e entender como elas podem se tornar ainda mais valiosas no futuro.

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Criptomoedas são preciosas?

Pode-se argumentar que o valor das criptomoedas é semelhante ao dos metais preciosos. Ambos são limitados em quantidade e têm casos de uso selecionados. Metais preciosos como o ouro são usados em aplicações industriais, enquanto a tecnologia subjacente do Bitcoin, a blockchain, tem algumas aplicações nas indústrias de serviços financeiros. A proveniência digital das criptomoedas significa que elas podem até servir como meio para transações de varejo um dia.

As criptomoedas têm valor porque podem funcionar como uma reserva de valor e uma unidade de troca e também demonstram seis atributos-chave para permitir seu uso em uma economia. A definição de valor em uma moeda mudou ao longo dos séculos de atributos físicos para a velocidade de seu uso em uma economia e o Bitcoin e as outras moedas digitais têm sua principal fonte de valor a sua oferta restrita e demanda crescente.

Por que as moedas tradicionais têm valor

Existem seis atributos-chave para uma moeda ter valor: escassez, divisibilidade, aceitabilidade, portabilidade, durabilidade e resistência à falsificação (uniformidade). Essas qualidades permitem que uma moeda encontre uso generalizado em uma economia. Eles também limitam a inflação monetária e garantem que as moedas sejam seguras de usar.

A moeda é útil se funcionar como uma reserva de valor ou, em outras palavras, se puder manter seu valor relativo de forma confiável ao longo do tempo. Ao longo da história, muitas sociedades usaram commodities ou metais preciosos como métodos de pagamento porque eram considerados de valor relativamente estável.

Em vez de transportar grandes quantidades de grãos de cacau, ouro ou outras formas primitivas de dinheiro, as sociedades acabaram se voltando para a moeda cunhada como alternativa. As primeiras dessas moedas usavam metais como ouro, prata e bronze, que tinham vida útil longa e pouco risco de depreciação.

Atribuir valor às moedas é uma questão de debate. Inicialmente, seu valor veio de propriedades físicas intrínsecas. Por exemplo, o valor do ouro vem dos custos de extração e de certos fatores qualitativos, como brilho e teor de pureza.

Na era moderna, as moedas emitidas pelo governo geralmente assumem a forma de papel-moeda, que não tem a mesma escassez intrínseca dos metais preciosos. Durante muito tempo, o valor do papel-moeda foi determinado pela quantidade de ouro que o sustentava. Ainda hoje, algumas moedas são “representativas”, o que significa que cada moeda ou nota pode ser trocada diretamente por uma determinada quantidade de uma mercadoria. Em outras palavras, o valor de uma moeda é uma medida de sua demanda e sua capacidade de estimular o comércio e os negócios dentro e fora de uma economia.

Evolução para as moedas digitais

Esse pensamento está intimamente ligado à moderna teoria de crédito para sistemas monetários. Nessa teoria, os bancos comerciais criam dinheiro (e valor para moedas) emprestando a tomadores, que usam o dinheiro para comprar bens e fazer com que a moeda circule em uma economia.

Depois que os países abandonaram o padrão-ouro em um esforço para conter as preocupações com a oferta de ouro, muitas moedas globais agora são classificadas como fiduciárias. A moeda fiduciária é emitida por um governo e não é lastreada por nenhuma mercadoria, mas sim pela fé que indivíduos e governos têm de que outros aceitarão essa moeda.

Hoje, a maioria das principais moedas globais são fiduciárias. Muitos governos e sociedades descobriram que a moeda fiduciária é a mais durável e menos suscetível à perda de valor ao longo do tempo. O valor das moedas fiduciárias é uma função de sua demanda e oferta.

Qualquer discussão sobre o valor das criptomoedas deve abordar a natureza da moeda. O ouro era útil como moeda devido aos seus atributos físicos inerentes, mas também era complicado. O papel-moeda foi uma melhoria, mas requer fabricação e armazenamento e carece da mobilidade das moedas digitais. A evolução digital do dinheiro afastou-se dos atributos físicos e passou a ter características mais funcionais.

E por que as criptomoedas têm valor?

O Bitcoin, e outras criptomoedas, não conta com o respaldo de autoridades governamentais, nem possui um sistema de bancos intermediários para propagar seu uso. Uma rede descentralizada composta por nós (ou node) independentes é responsável por aprovar transações baseadas em consenso na rede da criptomoeda. Não há autoridade fiduciária na forma de um governo ou outra autoridade monetária para atuar como contraparte para arriscar e tornar dos credores, por assim dizer, se uma transação der errado.

A criptomoeda exibe alguns atributos de um sistema de moeda fiduciária, no entanto. É escasso e não pode ser falsificado. A única maneira de criar um bitcoin falsificado seria executando o que é conhecido como gasto duplo. Isso se refere a uma situação em que um usuário “gasta” ou transfere o mesmo bitcoin em duas ou mais configurações separadas, criando efetivamente um registro duplicado, algo não muito fácil de se fazer devido a forma como o blockchain funciona.

Utilitário

O que torna o gasto duplo improvável, porém, é o tamanho da rede da criptomoeda. Seria necessário o chamado ataque de 51%, no qual um grupo de mineradores teoricamente controla mais da metade de toda a energia da rede. Ao controlar a maioria de todo o poder da rede, esse grupo poderia dominar o restante da rede para falsificar registros. No entanto, tal ataque ao Bitcoin exigiria uma enorme quantidade de esforço, dinheiro e poder de computação, tornando a possibilidade extremamente improvável.

Mas as criptomoedas geralmente falham no teste de utilidade porque as pessoas raramente o usam para transações de varejo. A principal fonte de valor delas, como o Bitcoin por exemplo, é sua escassez. O argumento para o valor do Bitcoin é semelhante ao do ouro – uma mercadoria que compartilha características com a criptomoeda. Essa criptomoeda é limitada a uma quantidade de 21 milhões.

Em relação a outras características, por exemplo, o Bitcoin é muito mais divisível do que moedas fiduciárias. Um bitcoin pode ser dividido em até oito casas decimais, com unidades constituintes chamadas satoshis. A maioria das moedas fiduciárias só pode ser dividida em duas casas decimais para uso diário.

Se o preço do Bitcoin continuar subindo ao longo do tempo, os usuários com uma pequena fração de um bitcoin ainda poderão fazer transações com a criptomoeda. O desenvolvimento de canais secundários, como a Lightning Network, pode aumentar o valor da economia do Bitcoin.

Escassez

O valor das moedas criptográficas vem em função da escassez. À medida que a oferta diminui, a demanda por criptomoeda aumentou. Os investidores estão clamando por uma fatia do bolo de lucro cada vez maior que resulta da negociação de sua oferta limitada.

No caso do Bitcoin também tem utilidade limitada como o ouro, cujas aplicações são principalmente industriais. A tecnologia subjacente do Bitcoin, chamada blockchain, é testada e usada como sistema de pagamento. Um de seus casos de uso mais eficazes é nas remessas internacionais para aumentar a velocidade e reduzir os custos. Alguns países, como El Salvador, apostam que a tecnologia do Bitcoin evoluirá o suficiente para se tornar um meio de transações diárias.

Alto custo de produção

Outra teoria é que as criptomoedas têm valor intrínseco com base no custo de produzir uma. A mineração de bitcoins, por exemplo, envolve muita eletricidade, e isso impõe um custo real aos mineradores. De acordo com a teoria econômica, em um mercado competitivo entre produtores que fabricam o mesmo produto, o preço de venda desse produto tenderá ao seu custo marginal de produção. Evidências empíricas mostraram que o preço de uma moeda tende a acompanhar o custo de produção.

Por que algumas pessoas acreditam que criptomoedas são inúteis?

Como qualquer ativo ou coisa de valor, o preço que as pessoas estão dispostas a pagar por criptomoedas é um nível socialmente acordado que também é baseado em oferta e demanda. Como os Bitcoins são virtuais, existindo apenas dentro de redes de computadores, algumas pessoas têm dificuldade em entender que ele e outras moedas digitais são escassas e que têm um custo de produção (“só apertar um botão e mandar fazer”).

Por causa dessa relutância em aceitar que os rastros digitais possam ter valor dessa maneira, eles permanecem convencidos de que as criptomoedas não têm valor. Outros, que entendem o sistema digital de moedas, concordam que é valioso.

Criptomoeda é dinheiro?

Embora as criptomoedas tenham vários recursos semelhantes a dinheiro, economistas e reguladores não estão convencidos de que elas atualmente atuam como dinheiro. Isso ocorre porque relativamente poucas transações são realizadas em Bitcoins, e outroas moedas, e muito poucas coisas são denominadas em moedas criptográficas. Embora as pessoas possam negociar criptomoedas em grandes volumes e transferir valor pela rede, pouca atividade comercial ainda ocorre, embora isso vá mudando com o tempo e até os pequenos comércios passem a trabalhar com moedas digitais.

FAQ Rápido

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