O que é Segregated Witness (SegWit) e como isso influenciou na separação do Bitcoin

Em nossa matéria sobre o Bitcoin Cash, falamos sobre a separação do fork que deu origem ao BTC separado do BTH. Entre as soluções propostas para resolver o problema da limitação do bloco do Bitcoin, uma delas, o Segregated Witness, ou SegWit, (Testemunha Segregada) foi rejeitada por parte da comunidade de desenvolvedores e alguns aceitaram a ideia. Porém, o que é exatamente esse protocolo e como ele afeta o valor dos seus investimentos em criptomoedas.

O termo refere-se a uma mudança no formato de transação do Bitcoin. Seu objetivo, declarado como uma atualização de protocolo, era proteger contra a maleabilidade da transação e diminuir os tempos de transação aumentando a capacidade do bloco. A maleabilidade da transação refere-se à possibilidade de que pequenos pedaços de informações da transação possam ser alterados, invalidando novos blocos de criptomoedas.

Também se pretendia acelerar o processo de validação armazenando mais transações em um bloco. Então, vamos falar um pouco sobre esse protocolo e como ele pode afetar os investimentos. Se ficar com alguma dúvida, deixe um comentário no site.

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O que faz um Segregated Witness?

Segregated Witness (SegWit) refere-se a uma mudança no formato de transação do Bitcoin onde as informações da testemunha foram removidas do campo de entrada do bloco com o objetivo de evitar a maleabilidade não intencional da transação do Bitcoin e permitir que mais transações sejam armazenadas em um bloco, além de resolver um problema de limitação de tamanho de blockchain que reduzia a velocidade de transação do Bitcoin.

Entendendo o Segregated Witness

A rede Bitcoin é composta por milhares de computadores que funcionam como validadores dos blocos criados pelos mineradores. Esses computadores são chamados de node, cada um mantendo um registro completo de cada transação. Esse registro é chamado de blockchain (temos uma matéria completa sobre o que é e como funciona a Blockchain).

A rede Bitcoin enfrentou vários problemas à medida que amadureceu. Uma delas era que mais transações estavam ocorrendo, o que adicionava mais blocos à cadeia. Os blocos são criados a cada 10 minutos e costumavam ser restritos a um tamanho máximo de um megabyte (MB). Devido a essa restrição, apenas um certo número de transações pode ser adicionado a um bloco.

A quantidade de transações sendo realizadas, representadas pelos blocos, estava sobrecarregando a rede e causando atrasos no processamento e verificação das transações. Em alguns casos, levava horas para confirmar que uma transação era válida. Sem a implementação do SegWit, a validação de transações do Bitcoin teria desacelerado à medida que a criptomoeda crescia em popularidade e o número de transações aumentava.

O SegWit foi formulado pelo desenvolvedor do Bitcoin, Pieter Wuille. Wuille também é cofundador da Blockstream, uma empresa de software especializada em segurança digital para serviços financeiros.

O protocolo SegWit divide a transação em dois segmentos: A assinatura de desbloqueio (os dados de “testemunha”) é removida da parte original, mas continua a fazer parte do blockchain como uma estrutura separada no final. A parte original contém os dados do remetente e do destinatário, enquanto a estrutura separada no final (a estrutura “testemunha”) contém scripts e assinaturas.

Como resultado dessa segregação de dados, mais espaço é criado e mais transações podem ser adicionadas ao blockchain.

Objetivos do SegWit

Para entender os objetivos por trás da implementação do SegWit, é essencial entender o que está acontecendo nos bastidores de uma transação e que o torna útil.

O principal problema abordado pelo SegWit

Quando um usuário envia Bitcoin para outro usuário, duas informações são necessárias: um endereço público e uma chave privada. Um endereço público é um identificador digital para as entidades envolvidas na transação. Cada usuário tem um endereço público para receber e enviar Bitcoin, e toda a rede pode ver esses endereços. As chaves privadas não podem ser vistas — elas são usadas como verificação de que os endereços públicos pertencem a um usuário.

Em um nível básico, o SegWit é um processo que altera a maneira como os dados são armazenados, ajudando a rede Bitcoin a funcionar mais rapidamente. O processo de transferência do Bitcoin começa quando um usuário transmite uma solicitação para a rede. Essa solicitação inclui o endereço público do usuário, a quantidade de Bitcoin enviada e uma taxa de transação para os mineradores.

Em seguida, os mineradores processam a transação; as informações de ambos os usuários são criptografadas, o que significa que os dados são transformados em uma linha de código de computador chamada ID da transação. Neste ponto, a transação é enfileirada. As transações são adicionadas à fila até que o limite de blocos seja atingido e um bloco seja criado.

Finalmente, o bloco é transmitido para os nodes; se mais da metade de todos os nodes concordarem que a informação é válida, o bloco é confirmado e adicionado ao blockchain. Neste ponto, o Bitcoin foi transferido com sucesso entre os usuários.

Com o tempo, a rede começou a sofrer uma desaceleração no número de transações que podia processar à medida que o Bitcoin se tornava mais popular. Os desenvolvedores rastrearam esse problema até o limite de tamanho dos blocos dentro do blockchain.

Como o SegWit abordou o problema

O SegWit foi a solução para um problema de limitação de tamanho de blockchain que reduziu a velocidade de transação do Bitcoin. O desenvolvedor do Bitcoin, Dr. Pieter Wuille, sugeriu que, para resolver esse problema, a assinatura digital da testemunha da transação precisava ser segregada dos dados da transação.

O SegWit move a assinatura para fora dos dados da transação. Isso reduz o tamanho necessário para armazenamento de transações. O Bitcoin costumava ter um limite de tamanho de bloco de 1 MB, mas isso mudou quando o SegWit foi aceito pela rede.

O Bitcoin passou para um limite de peso de bloco no SegWit de 4 milhões de unidades de peso (WU). Um bloco que não usa SegWit tem 1 milhão de WU, enquanto um que usa SegWit tem um limite de 4 milhões de WU. Como os blocos antigos eram limitados a 1 MB, muitos investidores de criptomoedas acreditam que 1 MB equivale a 1 milhão de WU (o limite de bloco “não SegWit”) e então correlacionam o limite de 4 milhões de WU a um aumento do tamanho do bloco para 4 MB. Embora tenha havido um aumento no tamanho do bloco após a adoção do SegWit, o limite não está em megabytes.

Por exemplo, o bloco 720399 foi extraído em 25 de janeiro de 2022. Ele tinha um tamanho de 1,558 MB, mas tinha 3,993 milhões de WU. O bloco 720340 foi extraído 21 minutos depois e tinha 1,457 MB com um peso de 3,993 milhões de WU. No início do mesmo dia, foi minerado o bloco 720337 com tamanho de 1.188 MB, com 3.993 WU.

Isso demonstra que não há necessariamente um limite de tamanho em megabytes, mas um limite baseado no peso, levando em consideração o tamanho base do bloco e o tamanho total. Isso cria mais espaço para dados, o que aumenta a velocidade de validação da transação. O SegWit também abriu o caminho para o Bitcoin habilitar contratos inteligentes. O SegWit também levou à implementação do Taproot, uma atualização para o Bitcoin construída sobre o SegWit que permite uma validação ainda mais rápida.

Embora tudo isso seja muito técnico quando falamos em unidades de peso e megabytes, o que podemos extrair é que o protocolo do SegWit tornou as transações em Bitcoins mais seguras e rápidas, evitando qualquer tipo de manipulação nos dados e permitindo a criação de blocos maiores e mais rápido, desafogando a Rede Bitcoin de transações cada vez mais frequentes. Se, antes do SegWit, uma transação na rede poderia demorar até uma hora para ser concluída, consegue imaginar quanto tempo demoraria hoje em dia?

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