Lula diz que “Não há Explicação” para as Altas Taxas de Juros do Brasil

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, disse nesta segunda-feira que “não há explicação” para as altas taxas de juros do país, com a taxa de referência no nível mais alto em seis anos, acrescentando que o banco de desenvolvimento BNDES pode ajudar a reduzir os custos dos empréstimos. Lula, que na semana passada criticou a autonomia formal do banco central e sugeriu uma revisão de seu status, disse que o problema do Brasil era uma “cultura de taxas altas” e não a recém-descoberta independência do banco central.

Os mercados locais, que já estavam em baixa durante o dia, ampliaram as perdas após seus comentários, com o real brasileiro enfraquecendo 1% em relação ao dólar nas negociações à vista e o índice de ações de referência Bovespa (BVSP) também caindo 1%. Lula pediu aos empresários que se manifestem contra os atuais níveis de juros, classificando como “vergonhosa” a explicação do Comitê de Política Monetária para manter os juros nos atuais 13,75%, vigentes desde agosto.

“Não há justificativa para os níveis de juros. Basta olhar a carta do Copom para saber o quão vergonhoso é esse aumento de juros”, disse Lula na posse do novo presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. O comitê, conhecido como Copom, disse na semana passada que estava considerando manter as taxas de juros altas por mais tempo do que os mercados esperam devido aos riscos fiscais sob Lula.

Banco Central Precisa Rever a “Cultura das Altas Taxas de Juros”

Na última quinta-feira, dia 2 de Fevereiro, o presidente criticou a possibilidade de manter as taxas de juros no nível mais alto em seis anos por um período mais longo período acima do esperado. Lula, que já havia descrito a independência do banco central como “absurdo”, disse que poderia rever sua autonomia até o final do mandato do atual presidente do banco central, Roberto Campos Neto.

Escolhido pelo ex-presidente de extrema-direita, Jair Bolsonaro, Campos Neto teve seu mandato prorrogado até o final de 2024 por meio de uma nova lei estabelecida em 2021 que concede autonomia formal ao banco central. A declaração de política do banco central divulgada na noite de quarta-feira disse especificamente que poderia manter sua taxa básica de juros Selic em seus atuais 13,75% por mais tempo do que os mercados esperavam devido aos riscos fiscais sob Lula.

“Então eu quero saber para que serviu a independência”, disse Lula em entrevista à rede local Rede Tv. “Vou esperar que este cidadão termine o seu mandato para podermos fazer uma avaliação do que quis dizer o banco central independente.”

“O que está em pauta é a questão dos juros”, acrescentou, sugerindo que o Banco Central busque um “padrão brasileiro” para a inflação em vez de um europeu. Os comentários vão ao encontro dos comentários anteriores de Lula, sugerindo que a atual meta de inflação prejudica o crescimento econômico. Campos Neto tem insistido que o banco central planeja agir de forma independente, acrescentando que sua autonomia formal lhe dá capacidade para estabilizar os mercados.

Bioenergia deve ajudar a economia

Como divulgado na semana passada, o Fundo Amazônia deverá receber uma injeção de verba da Alemanha de R$ 193 milhões, o que será destinado para a recuperação da floresta tropical e para investimentos em Bioeconomia, o que deve movimentar o mercado favoravelmente para o Brasil. O presidente Lula, por sua vez, disse que o dinheiro do Fundo Amazônia também seria usado em emergências, incluindo a crise de saúde indígena no norte do Brasil, onde o povo Yanomami sofre de desnutrição e outras doenças causadas pela mineração ilegal de ouro.

Não tenho dúvidas de que houve uma atitude genocida em relação às comunidades indígenas”, disse ele, culpando o governo Bolsonaro pelo descaso. Lula declarou na semana passada emergência médica no território Yanomami, a maior reserva indígena do país.

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Fonte: Infomoney

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